Tasogare (2014)
Tasogare se dá entre luzes e sombras, onde o corpo da dançarina de butho recria-se por cada gesto experienciado em seu movimento, ao adentrar em suas memórias e ancestralidade. Apesar de ter início no Japão, o butho enfoca a condição humana, atravessando cada um de nós; algo reprimido nos corpos, que o ser humano e a sociedade foi castrando até sufocar. Tempo que respira com o cosmos-corpo-vida, opondo-se à vida acelerada imposta pela sociedade contemporânea.
Sua primeira montagem foi uma instalação com fotografias em dusting on dispostas em ziguezague no suporte vidro. Nas imagens fotográficas os participantes tiveram a possibilidade de interagir, usando lanternas que estavam sobre a mesa, realizando suas próprias danças de sombras, com os gestos fotografados da dançarina de butho Emilie Sugai.
Projeto que nasceu sob a forma de uma monografia de bacharelado no SENAC-SP , se materializou em uma exposição no mesmo ano, ganhou corpo e se consolidou em diferentes ações, montagens e desdobramentos junto a espaços expositivos presenciais e onlines (Portfólio em foco - Paraty em foco, Interfoto Itu, Revista OLD de fotografia, 6ª Arte Londrina/DaP-Divisão de Artes Plásticas, Casa de Cultura – UEL; dentre outros).
Utilizando a técnica fotográfica histórica dusting on e posteriormente o diálogo com a fotografia digital, a pesquisa partiu de um conceito japonês que se chama espaço Ma, uma reflexão sobre os espaços- tempo intersticiais, as pausas, o tempo suspenso, a desaceleração.
Gestos captados de nossa ínfima existência, que nos levam a navegar em outras temporalidades. A dança de butho não fixa o corpo, é uma dança flutuante em outro tempo, colocando em questão, a nossa própria existência com o mundo